A Importância da Nutrição nos cuidados com a Doença de Parkinson

Uma das principais funções da nutrição adequada para as pessoas com a Doença de Parkinson é a melhora de todo o quadro inflamatório que esta doença causa.

A nutrição pode ajuda a melhorar o poder dos nutrientes, ou seja, a distribuição calórica, a quantidade de carboidratos, proteínas e gordura. A nutrição influencia nos resultados dos exercícios de fisioterapia, assim como no sono e nos sintomas relacionados ao Parkinson.

A nutrição pode ajudar com duas dietas distintas com bons resultados. A primeira é conhecida como citogênica que é a dieta que contem uma concentração alta de gorduras boas e quase nada de carboidratos e proteínas nos níveis normais.

A outra dieta é denominada de anti-inflamatória, na qual os alimentos são ricos em ativos que diminuem a inflamação corporal. A inflamação corporal é responsável pela piora do quadro dos sintomas do Parkinson (tremores, dificuldade na deglutição, fraqueza, por exemplo). Então uma dieta “anti-inflamatória” pode ajudar a diminuir ou reverter alguns sintomas do Parkinson.

Ao mesclar as duas dietas, trabalhando bem com os alimentos, há grande possibilidade de diminuir a concentração de medicamentos que são utilizados durante o tratamento da doença.

Alimentos mais recomendados

Os alimentos mais recomendados e benéficos para as pessoas com Parkinson são os alimentos frescos como frutas in natura, vegetais orgânicos, de preferência, para evitar os agrotóxicos muito daninhos à saúde das pessoas em geral e às pessoas com Parkinson, ainda mais.

No caso das frutas, as mais recomendadas são as frutas vermelhas que são ricas em flavonoides (compostos antioxidantes e anti-inflamatórios que baixam a produção de citocinas inflamatórias) os vegetais folhosos (bem lavados), principalmente os verdes escuros como escarola, espinafre, rúcula e o agrião.

Ainda falando de frutas podemos adicionar à dieta frutas que tenham grande concentração de gordura boa como é o caso do abacate, do coco, as castanhas (caju, do Pará, avelãs ou Nozes), as sementes (girassol, linhaça, chia, abóbora ou gergelim) e os azeites puros que sejam de boa qualidade em quantidade pequena já ajuda.

Peixes gordurosos também são recomendáveis, como o salmão, atum e o arenque, já que além das gorduras boas eles são ricos em Ômega 3 que é um potente anti-inflamatório.

Então podemos observar que a dieta deve estar focada em reduzir a inflamação para melhorar o quadro dos sintomas da Doença de Parkinson.

Além destes alimentos é recomendável os chás como chá verde que é rico em antioxidantes como a epigalocatequina. E por último é recomendável o consumo de cacau que, consumido com pouquíssimo açúcar, é fantástico por modular a insulina, que é o hormônio que coloca o açúcar para dentro da nossa célula. Se a insulina está alterada aumenta o nível de inflamação.

Os alimentos que devem ser evitados pelas pessoas com Parkinson

Sabemos que nem todos os alimentos são bons para todas as pessoas. Para algumas podem ser um remédio, para outra pode ser um veneno. Mas para as pessoas com a Doença de Parkinson o foco da alimentação deve levar em conta a questão inflamatória do corpo e também da deglutição. Neste caso as recomendações dos nutricionistas recomendam evitar alimentos que são ricos em carboidratos refinados, que estão presentes nos alimentos que são industrializados. Infelizmente a indústria alimentícia introduz grande quantidade de açúcar nesses produtos. Eles estão escondidos com nomes diferentes, como por exemplo a maltose, isomaltose e a dextrose.  

Então, se puder, é melhor evitar comer pizzas, lasanhas, macarrões congelados, crepes ou outros produtos que são preparados de forma industrial. Os famosos “sucos de caixinha” ou “engarrafados” também possuem grande concentração de frutose e pode fazer mal.  Os carboidratos refinados são outros produtos não recomendados. São eles: o arroz branco, pão feito com farinha branca, batata. Estes produtos podem causar pico de insulina no corpo. Então é recomendável que familiares e cuidadores estejam atentos aos rótulos dos produtos dos alimentos e dar prioridade a produtos chamados “integrais”, mas comer estes alimentos com muita moderação porque o carboidrato sempre provoca esta inflamação no corpo.

Outra coisa muito prejudicial para o corpo das pessoas com Parkinson são as bebidas alcoólicas como vinho, cerveja cachaça e destilados de todos os tipos. Estas bebidas também causam desequilíbrio e aumento do nível inflamatório.

Quando falamos de proteínas temos que evitar as carnes vermelhas pois possuem grande concentração de ativos que aumentam a inflamação e o curioso é que é pior mais cozida ou assada, pois as crostas formadas neste processo criam componentes que podem aumentar o nível de inflamação ou gerar risco para outras doenças. Precisam ser evitadas.

As pessoas com a Doença de Parkinson devem observar os níveis de ferro, zinco e magnésio que tendem a baixar com a doença, mas também com o avançar da idade. Para compensar, é recomendável consumir alimentos que sejam ricos nestes elementos como os vegetais folhosos, o peixe, as castanhas e a uva. Isso melhorará a taxa destes elementos no corpo.

Mas a combinação destas dietas (cetogênica e anti-inflamatória) precisa ser feita com cuidado, pois a mudança de hábitos, eliminando carboidrato, pode provocar incomodidades. Essa mudança de alimentação eliminando carboidratos e priorizando gorduras saudáveis vai fazer com que o corpo mude seu metabolismo substituindo o carboidrato como fonte de energia pela gordura boa. Dito isso, a Consulta com um profissional nutricionista é muito importante. Podemos nos alimentar bem, mas é importante ser acompanhado pelo nutricionista e demais profissionais que atendem a pessoa com Parkinson para que todos acompanhem as mudanças que ocorrem a partir da introdução ou eliminação de certos alimentos. O Nutricionista é, portanto, imprescindível. Consulte um.

((Este artigo foi baseado no artigo de Joyce Rouvier Maziero publicado em 16 de agosto de 2024 com o título “Nutrição e Parkinson – A Importância da Nutrição do Paciente com Parkinson” no site Regenerati : https://regenerati.com.br/nutricao-do-paciente-com-parkinson/)

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